segunda-feira, outubro 23, 2006

Eu também!

Assim como a maior parte (85%) do pessoal que votou na enquete abaixo, sou da opinião de que o Zune, MP3 player da Microsoft, não vai conseguir nem de longe desbancar o iPod.

Mas não adianta só achar, portanto aqui vão meus argumentos.

A Microsoft está entrando em um mercado com praticamente 5 anos de atraso, uma vez que o primeiro iPod foi lançado em novembro de 2001 e o Zune deve chegar ao mercado em novembro de 2006. Tratando-se de um mercado de alta-tecnologia, onde o ciclo de vida dos produtos é sempre mais curto, 5 anos é um bom tempo.

Enquanto a Apple aumentou sua participação no mercado mundial de 20% em 2004 para 26% em 2005, contabilizando até hoje mais de 67 milhões de iPods vendidos, todos os seus concorrentes de expressão como Creative, iRiver, Samsung e SanDisk, tem perdido fatias que variam de 1% a 6%. Observa-se ao mesmo tempo um aumento significativo do mercado de “genéricos” que tem como estratégia competitiva o baixo preço.

Ou seja, temos aqui dois extremos: de um lado a Apple que oferece o melhor produto, sem se preocupar necessariamente com o preço, e do outro lado os “genéricos” que são os mais baratos, sem se preocupar necessariamente com grandes diferenciais.

Todos os competidores que ficarem no meio inevitavelmente irão desaparecer. Prova disso é o fato da Dell já ter abandonado há algum tempo seu player chamado DJ Ditty. O player baseado em harddisk ficou no mercado apenas 4 meses, e o baseado em memória flash ficou apenas 11 meses, tempo suficiente para perceber que não poderia competir no mercado. Hoje ela só comercializa produtos de terceiros (SanDisk, Samsung e Creative)

No entanto, apesar de todas as evidências, adivinhe onde é que a Microsoft está posicionando o seu produto? Exatamente no meio do mercado.

Para compensar todo esse atraso seria necessário oferecer um produto que tivesse ao menos um diferencial atraente, a ponto de fazer com que alguém que ainda não tem um MP3 player opte pela Microsoft frente a tantas outras opções; ou então atacar no preço, fazendo com que seu produto fosse mais barato que o seu principal concorrente. No entanto a Microsoft optou por não fazer nenhuma coisa, nem outra.

O diferencial que vem sendo anunciado é a capacidade do Zune de se conectar com outro Zune via Wi-Fi para compartilhar músicas. O problema é que esse compartilhamento permite que os arquivos só sejam utilizados 3 vezes ao longo de 3 dias, depois disso é necessário adquirir a música em sua loja online.

Com relação ao preço, nenhuma diferença também, uma vez que o Zune de 30gb vai custar exatamente o mesmo que o iPod de 30gb, ou seja, US$ 249,00.

É até compreensível a estratégia da Microsoft de equiparar seu equipamento em preço com o iPod na tentativa de posicioná-lo no mesmo patamar de qualidade, transferindo a decisão de compra para outros fatores como marca e funcionalidades; entretanto essa é uma manobra um tanto arriscada para quem é uma novata no mercado.

Outro fator que deve ser considerado é a fase de maturidade do mercado uma vez que a Apple já vem trabalhando em um novo produto, para um novo segmento, demonstrando que o iPod logo deixará de ser o carro chefe da empresa.

Também conta nessa avaliação o fato das vendas da Apple não apresentarem mais grandes picos de crescimento, diminuindo a curva de crescimento acumulado nos anos. Com exceção do primeiro trimestre de 2006 que teve um grande volume de vendas decorrente da introdução do “iPod Nano”, as vendas até agora vem se mantendo na faixa de 8 milhões de unidades, devendo permanecer assim até o final do ano segundo projeções da própria empresa.

Agora é só esperar para ver =)

quarta-feira, outubro 18, 2006

iPOD x ZUNE

Seus problemas acabaram!

Normalmente ignoro qualquer tipo de propaganda não solicitada que chega ao meu e-mail, mas essa foi campeã.

A empresa oferece um pacote com 120 milhões de e-mails, de acordo com eles, testada e comprovada manualmente, com uma taxa de menos de 3% de devolução.

A única coisa que eu não consigo entender é : se o Brasil, de acordo com o PNAD de 2005, tem 32 milhões de usuários de internet, como é possível ter 120 milhões de endereços de e-mails válidos?

Mesmo que considerarmos que todas as pessoas que acessam a internet tem obrigatoriamente 2 ou 3 contas válidas, e jogarmos mais 1 milhão de contas referente a todos os domínios já registrados no Brasil, e mais 3 milhões apenas para arredondar para cima, ainda falta 20 milhões para chegar ao total.

terça-feira, outubro 17, 2006

O cliente nem sempre tem razão

Confirmando o que foi dito no último artigo sobre percepção de qualidade acabo de ler uma matéria no eMarketer que fala exatamente a mesma coisa.

Foi feita uma pesquisa em sites relacionados à saude, boa forma e nutrição, e o que se constatou foi que os 10 mais populares entre os usuários não tinham nenhuma relação entre os 10 com conteúdo mais qualificado (análise feita por profissionais da área de saúde).

Apenas 1 site aparecia nas duas listas, e o que é mais interessante é que, apesar do seu conteúdo ter sido classificado como "excelente" pelos profissionais, ele ficava na posição número 10 dos mais populares.

Veja a matéria do eMarketer completa (em inglês)

segunda-feira, outubro 16, 2006

Estava demorando...

Um grupo de gigantes da midia americana, que inclui a News Corp, a Viacom e a NBC Universal, se uniu para avaliar medidas juridicas que podem ser tomadas contra o YouTube por conta da exibiçao nao autorizada de conteudo protegido por copyright. O movimento, observa o The Wall Street Journal em noticia publicada no fim de semana, ocorre poucos dias depois do Google ter anunciado acordo para comprar o site de videos, notas na lista abaixo. O Time Warner nao aderiu, mas ja avisou ao YouTube que também poderá agir por considerar que seus direitos autorais estao sendo violados.

Saiu primeiro no Blue Bus

sexta-feira, outubro 13, 2006

I'm feeling lucky

Até onde pode chegar a concorrência... Acesse o Google, digite "search" e clique "I'm feeling lucky". Surpreso?

Dica do Bad Language

terça-feira, outubro 10, 2006

Google compra YouTube por US$ 1,65 bilhão

A maior empresa de busca na Internet, Google, anunciou que está comprando o site de vídeos YouTube por US$ 1,65 bilhão (o equivalente a cerca de R$ 3,6 bilhões) após um fim-de-semana de especulações de que um acordo estava próximo.

Veja a matéria completa na BBC Brasil

sexta-feira, outubro 06, 2006

Muito além de livros e cds.

Engana-se quem pensa que a Amazon, gigante do comércio eletrônico, sobrevive apenas de vender livros, cds, dvds e uma infinidade de outros produtos.

A empresa comandada por Jeff Bezos oferece soluções que vão desde armazenamento de dados on-line até aluguel de capacidade de processamento.

Veja a matéria completa na Economist.
Google Tube

Circulam por aí boatos de que o Google estaria em fase avançada de negociação para a compra do YouTube, pelo valor de 1.6 bilhões de dólares.

Se isso for realmente verdade seria uma boa estratégia por parte do Google, uma vez que dificilmente o Google Video conseguiria chegar perto da liderança detida pelo You Tube.

Causas para isso incluem

  • Foco no negócio
  • Popularidade (que não tem nenhuma relação com qualidade)
  • Possibilidade de interação

segunda-feira, outubro 02, 2006

Bad, bad server. No donut for you

O que define um site ou ferramenta como sendo bom ou ruim?

Seria um site bom aquele que se adequa a todas as normas de usabilidade? Que esteja dentro dos padrões da W3C? Fácil de usar? Bonito? Rápido?

Um site com mais de 90 milhões de usuários registrados, onde qualquer pessoa pode facilmente criar uma página, acrescentar fotos e compartilhar informações é um bom site?

E o que dizer de um site recheado de spywares, hoaxes e phishings? Seria ele um site ruim?

Pode parecer até mentira, mas nos dois exemplos acima estamos tratando de um mesmo site, o MySpace.com

Para um usuário a qualidade (ou falta de) muitas vezes é definida de forma subjetiva, que não tem como base argumentos racionais, mas sim a forma como ele enxerga uma série de atributos que para ele são indicadores de algo bom ou ruim.

Para um usuário de conexão discada um bom site é aquele que consegue ser carregado no menor tempo possível, colaborando com a sua pequena taxa de transferência.

Ao mesmo tempo, para um usuário novato, um site tem qualidade quando permite realizar uma tarefa facilmente, partindo do ponto A para o ponto B sem maiores complicações, sem se perder no meio do caminho e sem solicitar a ajuda de ninguém, pouco importando se o site demora 30 segundos ou 2 minutos para carregar.

O fato de um determinado grupo de pessoas acessar o mesmo site não significa necessariamente que todos eles tenham as mesmas necessidades ou expectativas.

No início da operação do Orkut a probabilidade de encontrar a tela de erro “Bad, bad server. No donut for you” era muito maior do que a probabilidade de conseguir acessar alguma coisa; entretanto, apesar de todos os problemas o Orkut conseguiu tornar-se um enorme sucesso.

Esse tipo de contratempo significa que o Orkut era ruim?

Para os usuários do Orkut a percepção de qualidade estava relacionada à possibilidade de (re)encontrar amigos, participar de comunidades, e tudo mais que o site proporciona. O fato de ter que fazer a mesma tarefa dezenas de vezes para conseguir algo era apenas um detalhe.

Conhecer as necessidades de seu cliente, a forma como ele utiliza o site e as razões que o levam a continuar ou deixar de utilizar uma ferramenta é de extrema importância para garantir seu sucesso.

Para quem se interessou pelo assunto recomendo a leitura do livro Design para a internet: projetando a experiência perfeita escrito por Felipe Memória. (não, eu não ganho comissão de nenhum dos dois se você comprar o livro) .

Outro material interessante é um artigo publicado pelo IDG Now! listando os 25 piores sites da internet.

Você concorda com todos? Discorda? Qual sua opinião?